domingo, 24 de abril de 2011

MAIS UMA HISTÓRIA SEXUAL DE LIVRAMENTO

Corriam os anos trinta. Livramento naquela época era uma cidade rica. Os primeiros sinais de decadência começavam a aparecer, mas, como se sabe, é no início da decadência que aparece o auge cultural de uma civilização.
Buenas. Naqueles tempos havia um grande cabaré em Livramento que se chamava Chalet Verde. Nele, trêfegas e lindas moiçolas, exerciam a sua profissão. Um fato que contribuía para a excelência da fama do Chalet Verde era o fato de que o trânsito. entre Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Montevidéu e Buenos Aires, passava pela gare ferroviária de Livramento. Onde as meninas quem iam da bacia do Prata para as sedes do poder no Brasil passavam uns dias para se recuperarem. Pois a viagem por avião era muito cara e a de navio não era todo mundo que se dispunha a fazer.
Feito este prolegômeno vamos aos fatos que deveras interessam.
Um conhecido profissional liberal da região, resolveu comemorar os seus quarenta anos de vida fazendo uma festa romana no Chalet, pois era um solteirão, ou desquitado. Os convidados não poderiam ser muitos, pois o espaço não era dos maiores, ainda mais com a proporção de três meninas por conviva.
Um dos convidados, colega das farras de adolescência, era um conhecidíssimo esculápio de Porto Alegre. Casado, tradicional e moralista como um santo do pau oco.
Ocorre que deram o recado do aniversário para sua secretária, que como soia ocorrer, o deu pela metade.
Resultado, o Hipócrates entendeu que o convite era para ele e para a esposa.
Pegaram o trem leito e se tocaram para a fronteira. O trem deveria chegar em Livramento ali pelas 17 hs, mas atrasou, na época os ferroviários ganhavam por hora, não havia uma fiscalização para valer, resultado, chegou lá pelas oito e picos da noite.
O casal, com medo de chegar atrasado, pegou um carro de praça, pediram ao chauffeur que os levasse até o hotel, onde deixariam as bagagens e se tocaram para o Chalet. As festas naquela época começavam mais cedo e já se haviam arrumado no trem.
Dizem, até hoje, que a recepção e a entrada na festa foi algo de inesquecível. Imaginem vocês. A festa em andamento, as meninas se esforçando para agradar os convivas. Estes, todos eles, homens sérios, de respeito, se deixando cair nos braços de Baco e de Afrodite, pegos em flagrante.
Deu assunto para falar por décadas, até cair na área da lenda, de onde não vai mais sair.

Um comentário:

Anônimo disse...

Resumo da ópera: a culpa foi da (desculpe a cacofonia) mordoma, ou melhor, da secretária!