domingo, 1 de maio de 2011

FILMES

Da Garota da Capa Vermelha já falei. O Retrato de Dorian Gray é um filme interessante. Embora escrito por Oscar Wilde, não deixa de ser um filme moralista. Dá a entender que, se um sujeito fizer as coisas que tem vontade, vai acabar se transformando em um monstro. Como se cada ser humano não tivesse impulsos e instintos não destrutivos. Mesmo um tigre não ataca a todo momento e a todos. Se estiver bem alimentado, o resto do mundo lhe é indiferente, a menos que o provoquem, ou que se sinta ameaçado. Não quero entrar na idéia do bom selvagem do Rousseau, mas apenas que todos nós temos maus e bons instintos, em maior, ou menor, percentagem, e que não é a censura, ou a moral, que vai nos tornar mais, ou menos, criminosos; podem limitar a maldade e a criminalidade, mas não impedirão que elas possam aparecer.

Além disto é interessante que, ao mesmo tempo que as religiões prometam a eternidade da alma, punam tão severamente a tentativa de imortalidade na Terra. Vampiros, lobisomens, Dorian Grays e outros que o digam. Só para complementar, a produção é primorosa, as caracterizações muito bem feitas e os figurinos impecáveis.

Outro filme interessante, mas pesado, é o Lobo das Estepes (Baseado no conto de Herman Hesse, com Max Von Sydow). Aos dezessete anos li "El Lobo Estepario", tentava ser um intelectual, mas confesso, achei o livro chato e não entendi muita coisa. Agora, passado alguns anos, acho que o entendi, embora continue o achando um pouco chato. Mas a idéia de um sujeito que é infeliz, por não explorar as oportunidades da vida, não deixa de ser muito interessante. Enxergam o mundo por uma lente pessimística e com isto vedam as chances de terem mais prazer e poderem ser mais felizes. Parece ser uma doença não orgânica, pelo menos como fator decisivo, mais ligada a educação, moral, vivências.

Um outro filme interessante é "Três Homens e uma Noite Fria", finlandês. Este mostra muito bem toda a tragédia que é a incomunicabilidade humana e como é fácil a sua resolução se estivermos dispostos a romper as capas das exigências sociais, muitas vezes falsas, ou frágeis. Mark Twain disse que ao longo dos anos tinha se deparado com muitos problemas, a maioria dos quais nunca aconteceu.

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