sábado, 30 de outubro de 2010

UM CAUSO DE SEXO E NATUREZA

Conto o causo como me foi contado. Não tirei vírgula e não coloquei ponto.
A coisa teria acontecido lá pros lado de Bagé.
Num motel de campanha (Pra quem não sabe, campanha é o modo como a gente se refere a lugares para fora da cidade, mais longe que arrabaldes.), estabelecimento simples, mas de acordo com as circunstâncias, um fazendeiro bem conhecido entra com a mulher de um outro fazendeiro bem conhecido.
Aqui o autor faz uma pequena pausa. Poderia ser dito ao contrário, pra não me acusarem de machista. Uma mulher, casada com um fazendeiro bem conhecido, entra com um outro fazendeiro, casado com uma mulher bem conhecida. Neste momento, quem me conta o causo baixa o tom de voz; fala em tom conspiratório, como fazem os homens da fronteira quando fazem uma fofoca. Aliás, a grande maioria adora uma fofoca, mas sempre diz que não faz e tem horror de fofoca e de quem faz.
Bueno, antes que me perca em mais desvios, continuemos o relato.
Entra o casal, vai pro quarto, e começa a historia dos entretantos, até que, quando chegam na hora dos finalmentes, tiram um travesseiro do lugar e, surpresa!, debaixo dele aparece uma cobra cruzeiro (Urutu- Bothrops alternatus - Como podem ver esta é uma coluna educativa.), que, de inopino, dá um bote e pica a mulher.
O gauchão, muy machão, num já te pego, já te largo, botou a primeira roupa que encontrou e se mandou do quarto apavorado.
A guisa de cortesia, ao passar pelo porteiro avisou: -Tô deixando a mulher lá que foi picada por uma cobra. E se mandou...
Conclusão – Não se fazem mais machões como se dizia que existia antigamente.PS. A mulher passou mal, mas acabou sendo salva. O caso foi abafado.

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