segunda-feira, 1 de março de 2010

OBSERVAÇÕES DO DIA A DIA. OU, COMO A VIDA É FRÁGIL E IMPREVISÍVEL

A morte do Eliseu Santos. Eliseu foi meu colega de turma. Era um sujeito simpático que eu nunca levei muito a sério. Mais tarde vi que estava enganado. Um dia, durante uma reunião da ATM 73, com sua voz meio fanhosa ele declarou: Vou ser ainda prefeito de Porto Alegre. Pois não é que foi? Ou seja, seus talentos estavam invisíveis para nós.
De repente morre, assassinado. Fala-se muito em assalto, mas me dou o direito de achar que não. Mas o que mais me tocou é que era um sujeito que, por suas características humanas, eu não esperava que fosse ser um dia assassinado.


Tiroteio e morte no Parque Farroupilha, no meio da tarde de um domingo cheio de luz e vida. Não teve a poesia e a aura de amor que cercava a história do “Domingo no Parque”. Foi apenas um ato a mais da bestialidade dos nossos tempos. Até quando isto vai durar? Porque ninguém quer tomar uma atitude para valer? E quando digo ninguém, digo ninguém mesmo. Eu incluído. No meu caso por pura preguiça e pelo sentimento de que não vou conseguir e, portanto não vale a pena. Me dou conta que parte desta justificativa é apenas uma desculpa a mais, num mundo rico em desculpas.

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