PREGUIÇA OU ÓCIO

Tenho a impressão que preguiça e ócio são na prática a mesma coisa, por mais que o Houaiss diga o contrário. Ou seja, o Ócio é uma preguiça de fatiota, sapato de cromo alemão, todo pimpão que, quando consegue, ainda por cima acrescentar a palavra Criativo é como se descesse de um Porsche.
Pois ando num período assim. Talvez seja o Final de Ano, com suas ambivalências. Talvez seja a minha entrada no meu Inferno Astral, total em março entro nos sessenta, e uma data destas exige um Inferno Astral bem mais longo. O fato é que não me vem nenhuma idéia que me entusiasme em desenvolver.
Este pequeno trecho, por exemplo, acho-o de uma pobreza franciscana, sendo que eu o escrevo apenas com a finalidade dar uma satisfação aos meus amigos, leitores, conhecidos, enfim, todas estas pessoas, que são vocês, e que, ao longo dos diversos tempos da minha vida, ajudaram a dar um sentido a ela.
E agora, meus queridos, mandando um abraço, beijos, volto ao meu Ócio Criativo, pois, como é final de ano ele (ela) também tem direito a por uma roupa chic para tomar uma champanhota.

NA ONDA DOS DINGOBÉIS

Sorry! Mas estou tomado de espírito natalino. Ou seja, estou sem inspiração nenhuma! Quando ela voltar, e sei que vai voltar, ela sempre volta, escrevo alguma coisa.

Na falta do que dizer vai o tradicional:

FELIZ NATAL

QUIEN MATÓ PALOMINO ROMERO?

Levando-se a em conta a circunstância humana fico pensando em quem matou o Marco A. Becker.
Um rival político? Muitos não acreditam nesta hipótese. Pero, quando se trata de poder, muitos enlouquecem.
Um médico que se sentiu prejudicado pela atuação do Becker? Cassado, suspenso, processado? Também custa a muitos acreditar nesta hipótese. Os médicos são pessoas preparadas para salvar vidas humanas. But, o dr. Mengele está aí para não me acusarem de mentiroso.
Donos, empresários da área de saúde, que tiveram seus interesses contrariados pela atuação do Becker, o que os levou a perder, ou deixar de ganhar, muito, por conta da atuação dele.
Pessoas ligadas à área educacional, que também tiveram interesses econômicos, políticos, contrariados porque o Becker investia contra as suas pretensões.
Aqueles com quem tinha dívidas de jogo.
Enfim, não faltariam interessados no seu apagamento.
E nunca iremos saber quem o matou e por quê. Assim como nunca saberemos a realidade do assassinato do Kennedy.
Mesmo que alguém chegasse hoje e dissesse.
–Eu matei Kennedy!
Mesmo tendo-o feito de fato, não faltarão especialistas com argumentos bem embasados para provar o contrário, deixando-nos em dúvida.
Portanto, queridos amigos, não vamos saber quem matou o Becker.
E o que é pior. Pelo modo como a morte ocorreu, ficou o recado, a gregos e troianos.
-Não se fresqueiem, que podemos fazer de novo!

Ao Vestibular da UFRGS

Nesta época dura de vestibular, com quotas, com candidatos a dar com um pau por uma vaga numa universidade pública, quero lembrar um dos discursos de Hernan Cortez por ocasião da conquista do império Asteca.
Sei que não é uma figura para ser vista como politicamente correta nos tempos que correm. Nem assinaria embaixo do que ele fez. Mas temos que reconhecer que com 12 cavalos, 32 armas de fogo e 4 canhões derrotou entre 100 e 500 mil soldados inimigos.
O seu discurso me parece, pois, apropriado para aqueles que pretendem conquistar o que parece inconquistável.

“Soldados de Espanha! Antes de tudo há de lutar! As caravelas mandei-as afundar, para não terdes qualquer veleidade de voltar. Há que lutar com as armas que tendes à mão. E se vo-las romperem em violento combate, então há que brigar a socos e pontapés. E se vos quebrarem os braços e as pernas, não olvidei os dentes. E se havendo feito isso, a morte chegar, mesmo assim não tereis dado a última medida de sua devoção, não! É preciso que o mau cheiro de vossos cadáveres empeste o ar e torne impossível a respiração dos inimigos de Espanha. Avante, por Deus e por Santiago”.

Ao vestibular, pois!!! A UFRGS será para aqueles que se munirem deste espírito.

A MORTE DO DRAGÃO

Marco Aurélio Becker foi colega de turma. Nós o havíamos apelidado de Dragão. Não me perguntem porquê. O apelido não tinha nada de pejorativo, ou exaltativo. Me dava bem com ele, embora nunca fossemos íntimos. Também sempre votei nele. Era um sujeito polêmico. Sempre foi um político. Mas nunca um político populista. Votávamos nele e o apoiávamos por ser ele um defensor da Medicina, do modo como ele a entendia e que coincidia com a maior parte de nós, haja vista as suas sucessivas reeleições.
Ele foi morto provavelmente por estas posições que tomava em relação à Medicina. Pode ser que o tenha sido por outro motivo, mas acho difícil.
O que eu acho difícil é que se descubra quem o matou e o porquê.
O crime foi executado por profissionais, as circunstâncias deixam isto claro. Quem contratou deve ser alguém com capacidade para contratar gente capaz. Mesmo que se chegue ao matador, existem tantas firulas jurídicas que duvido que se consiga fazer algo com o mandante.
Enfim. Mais uma destas mortes que vão ficar por isto mesmo, embora eu torça para estar errado.
O diabo é a gente se dar conta que cada vez está mais perigoso se viver num país como o nosso, se destacando e tendo posições firmes.
Acho que vou me especializar em falar no tempo, nas flores, e de leve, muito de leve, em sexualidade. Pelo menos enquanto eu achar que vale a pena continuar vivo.