quarta-feira, 4 de dezembro de 2013



Noto que algumas festas de encontro de turmas acabam não ocorrendo, ou não sendo o sucesso que foram no passado. 
As hipóteses são várias, desde má organização, época do ano imprópria, preço, etc.
Mas tenho uma teoria que quero passar para vocês. 
Não para aquelas festas que ocorrem muito periodicamente.  Todas as semanas, todos os meses, talvez até uma vez por ano.  Estas só terminam quando o grupo organizador cansa.
Falo daquelas de caráter mais aleatória.  Tipo festa, depois de 30 anos das debutantes, escorts e acompanhantes, do ano tal.  A primeira é um sucesso.  Vem gente até do Ceará ;) .  Depois se tenta repeti-la uns 5 anos depois.  Não vai nem a metade, e, se se tentar 10 anos depois, ela nem ocorre. 
Minha ideia é que:
As pessoas iam para encontrar uma juventude há muito perdida.  Não encontraram.  Não querem tentar mais para não se frustrarem.  Só que não conseguem aceitar esta justificativa, dai começam.
É muito caro.
Não tô afim de encontrar aquele monte de “véios e véias”.
Pô, nesta altura da vida nós tínhamos que nos encontrar num lugar muito mais sofisticado.
E por aí vai.
O brabo é ir e não encontrar a juventude idealizada.

Baseado no post anterior, quem me surpreendeu outro dia foi a minha mãe.  A mãe tem 94 anos, para a idade está bem lúcida, mas já tem algumas dificuldades de locomoção, o que limita a sua liberdade de ir e vir.
Frequentemente ela  diz. 
-Sabe, as vezes eu tenho muitas saudades da minha vida lá em Livramento, da minha casa. 
Em seguida surge alguém querendo consolá-la e se muda de assunto. 
Outro dia estava sozinho com ela e ela veio com esta frase de novo.  Resolvi enfrentar o touro a unha.
-Mãe, especificamente, de que é que tu tens saudade?
-Da casa, do movimento, da escada...
Fez uma pequena pausa e completou.
“-NA VERDADE EU SINTO FALTA É DE MIM MESMA...”
Fiquei em silêncio.  Não havia o que responder.  Dei-me conta que sentimos falta de quem já fomos numa frequência muito maior do que imaginamos, ou concebemos.

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