Quando me perguntam sobre a minha posição religiosa costumo
dizer que sou ateu. Mas a bem da verdade
esta é apenas um simplificação, para não ter de explicar o que eu penso sobre o
assunto.
Não acredito nas religiões.
Não acredito em homens divinos, semi-divinos, santos, etc. e tal. Não acredito que Deus apareça para uns e não
para outros. Não levo para o lado
místico quando alguém me diz que “sente” Deus, por exemplo. Já vi tanta gente sentindo isto, ou aquilo,
que acredito sinceramente que nossa mente é capaz de fabricar as mais extraordinárias
sensações, ideias, sentimentos, inspirações.
Portanto sobra Deus. E eu não
faço a menor ideia de quem seja Deus. E
nem sei onde procura-lo, até porque não tenho a mais mínima ideia de quem, ou
como, ele seja. Sei apenas que ele não
deve ser como me dizem que ele é, ou como está escrito.
Se Ele é onipotente, onisciente, onipresente, não teria lugar
para o Diabo. A não ser que Deus o
houvesse criado. Pois ele tudo sabe,
tudo vê, tudo pode. O Diabo só poderia
existir com o consentimento de Deus.
Mas a troco de que estou eu a escrever isto aqui.
Pelo seguinte: Entrei
na cozinha e lá estava a Alix, sentada, olhando ao vazio, um olhar para o nada,
frio, duro. Imaginei o olhar de
Lúcifer. Lúcifer não tem fogo, ódio, violência. Ele é a Ausência, a grande ausência. Se Deus é Tudo, Lúcifer é o oposto.
Ou seja, o olhar de uma gata, que provavelmente estava
olhando algum inseto que ousara entrar em seu tugúrio, desencadeou toda esta
série de pensamentos e considerações.
Depois não venham me dizer que o nosso cérebro, a nossa
mente, não é uma coisa sensacional, espetacular.
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