Noto que algumas festas de encontro de turmas acabam não
ocorrendo, ou não sendo o sucesso que foram no passado.
As hipóteses são várias, desde má organização, época do ano
imprópria, preço, etc.
Mas tenho uma teoria que quero passar para vocês.
Não para aquelas festas que ocorrem muito
periodicamente. Todas as semanas, todos
os meses, talvez até uma vez por ano.
Estas só terminam quando o grupo organizador cansa.
Falo daquelas de caráter mais aleatória. Tipo festa, depois de 30 anos das debutantes,
escorts e acompanhantes, do ano tal. A
primeira é um sucesso. Vem gente até do
Ceará ;) . Depois se tenta repeti-la uns
5 anos depois. Não vai nem a metade, e,
se se tentar 10 anos depois, ela nem ocorre.
Minha ideia é que:
As pessoas iam para encontrar uma juventude há muito
perdida. Não encontraram. Não querem tentar mais para não se
frustrarem. Só que não conseguem aceitar
esta justificativa, dai começam.
É muito caro.
Não tô afim de encontrar aquele monte de “véios e véias”.
Pô, nesta altura da vida nós tínhamos que nos encontrar num
lugar muito mais sofisticado.
E por aí vai.
O brabo é ir e não encontrar a juventude idealizada.
Baseado no post anterior, quem me surpreendeu outro dia foi
a minha mãe. A mãe tem 94 anos, para a
idade está bem lúcida, mas já tem algumas dificuldades de locomoção, o que
limita a sua liberdade de ir e vir.
Frequentemente ela
diz.
-Sabe, as vezes eu tenho muitas saudades da minha vida lá em
Livramento, da minha casa.
Em seguida surge alguém querendo consolá-la e se muda de
assunto.
Outro dia estava sozinho com ela e ela veio com esta frase
de novo. Resolvi enfrentar o touro a
unha.
-Mãe, especificamente, de que é que tu tens saudade?
-Da casa, do movimento, da escada...
Fez uma pequena pausa e completou.
“-NA VERDADE EU SINTO FALTA É DE MIM MESMA...”
Fiquei em silêncio.
Não havia o que responder. Dei-me
conta que sentimos falta de quem já fomos numa frequência muito maior do que
imaginamos, ou concebemos.