terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A REFORMA ORTOGRÁFICA, ou a arte de complicar

As classes sacerdotais, frequentemente, na tentativa de manterem o poder criavam linguagens cripticas com a finalidade de só os iniciados terem os conhecimentos necessários para chegar até Deus.
A minha impressão é que o mesmo ocorre com os gramáticos. Haja vista a atual reforma ortográfica.
Em vez de simplificarem, mantém regras cheias de exceções, de maneira que só os iniciados saibam o que é, e o que não é, correto.
Viagem é com G, viajar é com J. E por aí vai, com o S, o Z, o X, o Ç.
Mantém-se o acento numa série de exceções.
Com o hífen então é uma tragédia. Se eu escrever guarda-chuva, ou escrever guardachuva, ou ainda guarda chuva, faz alguma diferença para o significado? Alguém vai pensar que guarda-chuva/guardachuva é outra coisa que não o prosaico instrumento que usamos para nos defender da chuva? Que se escrevam as palavras compostas todas com hífen, ou todas sem.
A colocação dos Me, Te, etc. porque tem de ter regra? -Me traz uma ceva! Está errado. Mas já imaginaram alguém num boteco dizendo: -Traz-me uma ceva!
Ainda bem que terminaram com o trema.
Mas pensando bem, se dá para complicar, porque facilitar?

4 comentários:

Sergio Kroeff Canarim disse...

Oi Carlos bom que tenhas achado meu blog impactante, te conto uma curiosidade a nosso respeito. Eu já fui teu vizinho, quando moravas no portal carlos gomes. Inclusive, conheço teus filhos, principalmente o Bruno. Me corrija se estou me enganando!
Abraço

Anti-herói disse...

concordo em gênero, número e grau hedonista. A propósito tenho um blog, de certo ponto, bem parecido com a sua proposta e postei um artigo sobre a famigerada reforma. Dê uma sacada

Carlos Eduardo Carrion disse...

Sergio, me lembro sim de quando eras meu vizinho. Gostei do teu blog. Achei-o impactante.
Meu caro anti-heroi contemporâneo, só faltou colocares o endereço do teu blog.

Bípede Falante disse...

Vamos começar com me, mesmo que errado, mas me diga o que fazer com todos os dicionários que temos em casa, com todos os livros que recomendamos a nossos filhos, com os textos guardados, com as cartas, com as palavras? Colocamos bilhetes em todos dizendo: cuidado! ortografia perigosa! Estou detestando essa reforma e não pretendo nem por um segundo levá-la adiante.