segunda-feira, 29 de março de 2010

Uma propaganda bem feita

Que o uso da camisinha é necessário, não tenho dúvidas.
Que isto tem de ser divulgado também não tenho dúvidas.
Esta propaganda me parece muito bem feita.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Mais uma complementação para o Calígula



Meu caro Sean, mas para os meus outros leitores também.
Não acho que as cenas das orgias, ou de violência gratuita, ou do circo de horrores do Tibério, estejam fora de contexto. Pelo contrário. Este era o contexto. A sua brutalidade não permite intelectualizações. Elas são o Id, na sua total falta de sutilezas. Sutilezas não descreveriam o que foi o reinado do Calígula.

domingo, 21 de março de 2010

Meu caro Sean.
Vou dar a resposta, a ti, aqui no blog mesmo.
O comentário do Sean, queridos leitores, vocês podem ler integralmente no “comentários”.
Vi o filme na época da ditadura também. Também tive a mesma impressão que tu. Só que na época havia também um sentimento de vitória em ve-l0, por conta da diminuição da censura, assim até gostei um pouco.
Agora, que vejo o filme longe daquelas conjuntura, posso ver outros aspectos.
As cenas das orgias, da forma que foram apresentadas, me parecem absolutamente necessárias. Primeiro porque não mostram sexo. Mostram depravação, desrespeito, poder e submissão, a
perda de parâmetros. Não têm uma filosofia, uma ideologia, pelo menos lato senso, em que se apoiar. Mostra o ser humano despido do seu verniz social, governado apenas pelos seus instintos. Cenas de sexo, propriamente dito, só nas cenas iniciais dele, Calígula, com a irmã.
O filme foi produzido pelo dono da Hustler (Não era do grupo Play Boy, que era muito mais light.), que foi a revista que mostrou cenas sexuais em toda a sua nudez e crueza. Aliás ele foi processado e ganhou o processo (Da Hustler).
Tem um filme baseado neste episódio.
Existe uma cena neste filme que acho emblemática da hipocrisia humana e da rudeza da não hipocrisia. Pedem para ele jurar sobre a Bíblia que vai dizer a verdade, só a verdade, etc. e tal. Ele responde que não deve fazer isto, pois não acreditava em Deus e muito menos no conteúdo da Bíblia. Por conta disto, não se sentiria obrigado a dizer a verdade. O juiz aceitou a sua argumentação.
Portanto, tirando um, ou outro, momento, o filme não mostra sexo, e sim o desvario humano em torno do sexo, como também da ambição, da inveja, da prepotência, etc. Enfim estes “defeitos de caráter” que a gente vê nos outros, mas dos quais, felizmente, cada um de nós se imagina estar livre.
Acho que vale a pena rever o filme tantos anos depois e ver se a visão, a opinião, da gente mudou ou permanece nos anos 80.
Um abração.

sábado, 20 de março de 2010

FILMES

Assisti Fita Branca e tive certeza que ganharia o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Depois assisti ao argentino O Segredo dos Seus Olhos. Minha convicção ficou abalada.
Fiquei deslumbrado com o espetáculo coreográfico de Avatar. Mas depois de ver Guerra ao Terror achei este último mais profundo, humano e, principalmente, capaz de tocar em camadas mais íntimas do ser humano, sem idealismos e sonhos.
Finalmente revi O Ovo da Serpente e Calígula. Aquele, junto com a Fita Branca, dá uma prévia de como uma hecatombe se forma. (Também isto aparece, na literatura, em Guerra e Paz do Tolstoi.).
Já, em Calígula, vi o que a maturidade e as experiências da vida fazem para que se tenha uma outra visão da vida. Onde eu mais jovem, moralistas & afins, viam só depravação, sexo ensandecido, vi a loucura em sua mágica extensão. É impossível entender o reinado de Calígula se não compreendermos o que é a Loucura, com a sua necessidade de Poder, de Sadomasoquismo, da obrigação de uma Ordem, louca, mas ainda ordem.
Não se pode fazer um filme sobre Hitler sem o Holocausto. Não dá para fazer um filme sobre Stalin sem os seus “gulags”. Ou sobre Mao sem os seus trinta milhões de mortos, de fome, por
conta dos planos qüinqüenais. E por aí vamos. Calígula é um filme corajoso, adiante de seu tempo. Para alguns, talvez não passe de uma sucessão de orgias. Para mim, é toda aquela luta que os indivíduos travam para subir e terem uma falsa sensação de poder. Tudo foi sendo tolerado. Apenas quando avança nas propriedades físicas dos romanos é que estes efetivamente se revoltam e acabam assassinando-o. Ter sempre foi confundido com Poder. Isto é ilusório. Mas vá a gente tentar convencer os outros disto. E, às vezes, até a gente mesmo.

domingo, 14 de março de 2010

Sobre a Moda, Beleza, Sexualidade e Hedonismo

Por favor, estou divulgando este curso não porque ele tenha sido montado pela minha mulher, a Débora, mas porque, durante a montagem, que outros colaboraram, fui vendo que ele é muito bom. Como Sexualidade e Hedonismo tem muito a ver com moda, apresentação, achei que vale a pena divulgá-lo neste espaço, para ajudar algumas pessoas, ou pelo menos uma, que seja, a se munir dos elementos necessários para mudar a sua vida e a dos outros.
Vai a reportagem completa. Se gostar, multiplique esta informação.

Porto Alegre, 12/03/2010Design de Moda é nova opção de curso superior no Senac-RS
Os amantes da moda acabam de ganhar uma nova opção de qualificação profissional. A partir desse ano, a Faculdade de Tecnologia
Senac-RS passa a oferecer o Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda, autorizado com nota máxima (conceito 5) pelo Ministério da Educação. O vestibular acontece no dia 28 de março, às 14h, na faculdade, localizada na rua Coronel Genuíno, 130. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas até o dia 26 de março, através do portal www.senacrs.com.br/vestibular. As aulas têm início no dia 5 de abril, com encontros no turno da tarde.
Com a nova opção, o
Senac-RS proporciona uma educação continuada completa. A coordenadora do curso Tecnologia em Design de Moda, Débora Elman, salienta que a instituição já foi pioneira no Estado ao oferecer cursos na área de moda, tanto em nível técnico quanto especialização. “Agora, além da pós-graduação Moda, Criatividade e Inovação, também disponibilizamos um curso superior focado em moda”, explica. Débora ressalta que o grande diferencial da qualificação está no método de ensino: “nosso principal objetivo é estimular a criatividade dos estudantes. Por isso, acreditamos na importância das oficinas de confecção e as incluímos em todos os semestres. Os estudantes terão uma ótima experiência tátil, por meio do trabalho com vários tipos de materiais.”
A graduação apresenta uma metodologia de ensino que integra todas as etapas de um negócio. Os estudantes entram em contato com o mundo e suas tendências, num processo de aprendizado dinâmico, atualizado e alinhado às exigências do mercado. Pensando nisso, a Faculdade de Tecnologia
Senac-RS oferece aos novos estudantes laboratórios específicos e atualizados. Com duração de cinco semestres, o curso forma profissionais capazes de entender e interagir com as diferentes variáveis do mercado, privilegiando a qualidade e buscando sempre a diferenciação pela inovação. Com essa formação é possível elaborar e gerenciar projetos para a indústria de confecção do vestuário, considerando fatores estéticos, simbólicos, ergonômicos e produtivos.
No total são 40 vagas disponíveis. O vestibular consiste em uma prova única de redação e a confirmação da inscrição é realizada por meio da doação de três quilos de alimentos não perecíveis. O resultado do processo seletivo será divulgado na segunda-feira (29/03) e as matrículas serão realizadas nos dias 30 e 31 de março. Mais informações pelo telefone (51) 3022-1044.
Atenção, este post está sendo publicado sem custos para quem quer que seja, com exceção do tempo que tirou deste escriba e do tempo que você levou para le-lo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

OBSERVAÇÕES DO DIA A DIA. OU, COMO A VIDA É FRÁGIL E IMPREVISÍVEL

A morte do Eliseu Santos. Eliseu foi meu colega de turma. Era um sujeito simpático que eu nunca levei muito a sério. Mais tarde vi que estava enganado. Um dia, durante uma reunião da ATM 73, com sua voz meio fanhosa ele declarou: Vou ser ainda prefeito de Porto Alegre. Pois não é que foi? Ou seja, seus talentos estavam invisíveis para nós.
De repente morre, assassinado. Fala-se muito em assalto, mas me dou o direito de achar que não. Mas o que mais me tocou é que era um sujeito que, por suas características humanas, eu não esperava que fosse ser um dia assassinado.


Tiroteio e morte no Parque Farroupilha, no meio da tarde de um domingo cheio de luz e vida. Não teve a poesia e a aura de amor que cercava a história do “Domingo no Parque”. Foi apenas um ato a mais da bestialidade dos nossos tempos. Até quando isto vai durar? Porque ninguém quer tomar uma atitude para valer? E quando digo ninguém, digo ninguém mesmo. Eu incluído. No meu caso por pura preguiça e pelo sentimento de que não vou conseguir e, portanto não vale a pena. Me dou conta que parte desta justificativa é apenas uma desculpa a mais, num mundo rico em desculpas.