domingo, 29 de novembro de 2009

CUIDANDO DO PINTO

Várias vezes já disse que “o homem é o seu pinto”.
Claro, sei que existem exceções, blá-bla-blá, que “eu não sou assim”, ou “para mim não é bem assim”.
Mas tudo bem. Não vou polemizar a respeito disto. Que cada um se imagine como bem entender. O que não impedirá um sorrisinho sardônico da minha parte.
Mas, para estes que acham que seu pinto é a coisa mais importante, vão aqui algumas dicas.
Mas também aviso que não sou daqueles que acham que o cara tem de transar de escafrando para ficar com o pinto em segurança.
Não fumem. Ou o cara fuma, ou o cara f.... . E aquele que me diz, depois dos 35/40 anos, que fuma e f.... , me faz pensar que estou frente a um fenômeno, ou, o que é mais provável, de um baita de um mentiroso.
Mantenham “o animal” limpo. Nada mais desagradável para uma mulher do que dar de cara com um pinto sujo. Por mais que o sujeito pense que seu pinto é a sétima maravilha do mundo, acho difícil que muita gente vá compartilhar este ponto de vista.
Usem camisinha quando forem transar com uma parceira nova. Por mais linda, angelical e limpinha que ela seja. Você não sabe com quem ela já saiu antes. No filme Bela da Tarde, com a Catherine Deneuve, esta tinha uma predileção por tipos sórdidos. E ela era linda, limpinha e angelical. A Arte imita a Vida, não se esqueçam. Também não se fiem com o discurso de pureza e cuidados que as mulheres contam terem tido toda vida. No início de um relacionamento, a respeito da sua vida sexual passada as mulheres mentem. Depois que o relacionamento fica mais firme, que existe mais mutua confiança, a verdade começa a surgir à conta gotas.
Mantenha-o em funcionamento, se não em relações, pelo menos na masturbação. O pênis é um órgão muscular peculiar, e músculos necessitam ser exercitados.
Em caso de corrimento, ou mau cheiro, ardência, dor, não deixem de consultar um urologista.
Total o pênis é um só, não tem reposto.

O VIBRADOR

Outro dia li uma reportagem em que se fazia uma enquete sobre o uso do vibrador. Uma ampla maioria das mulheres confirmava o que eu já sabia pela minha experiência clínica.
O uso do vibrador durante as relações sexuais aumenta em muito o prazer que as mulheres sentem, além de aumentar a quantidade de orgasmos que estas mulheres obtém.
Para muitos homens isto é ótimo. Tem prazer em ver, sentir, o prazer que a mulher está sentindo.
Infelizmente existe ainda uma importante parcela de homens que se sente enciumada pelo papel que o vibrador desempenha. Acham que só eles deveriam dar prazer para a mulher. Ou sentem-se ameaçados pelo vibrador. Ele seria uma prova de sua incompetência como machos.
Pobres tolos. Não se dão conta que ninguém na cama deveria se deveria preocupar com competições, de qualquer tipo. Que quanto mais prazer se conseguir ali melhor. E que cada um consiga o prazer que for possível e que cada um dê o prazer que seja capaz de dar.

Homens com camisetas de time de futebol e mulheres que confundem roupa confortável com roupa velha e esquisita.

Este fim de semana dei uma chegada num dos nossos parques e depois num shopping. Me chamou a atenção o descaso com que casais que estão a mais tempo junto se vestem. Não digo que tenham que estar up to date. Mas algum cuidado com a aparência pessoal é sempre é bom ter um pouco.
Deixemos claro. Não existe fórmula que garanta amor e tesão eterno. Mas certamente existem meios para que não se escute com tanta freqüência as frases. “Sabe como é que é, depois de alguns anos de casado não há tesão que agüente.” Ou “não tem como, a gente acaba sendo amigos que fazem sexo de vez em quando, o romantismo acaba”.
Mas uma coisa que pode ser feita é cuidar da aparência, para ter algo de bom para oferecer ao outro.
Homem com camiseta do time, calçãozão, ou bermuda, e chinela de dedo não tem como ser sensual, atrativo. A não ser que seja um destes “tops”, que não é o caso da maioria de nós.
Mulher com uma roupa velha, toda largona, sem combinar cores, não tem como despertar desejos e fantasias sexuais.Portanto, quem não quiser ser surpreendido pelos ricardões, ou maricotas da vida, que cuide no modo como se mostra para quem é importante. E é bom que treine com o público em geral.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O SINCERICÍDIO

Minha mulher me trouxe esta palavra. Gostei. Fomos criados com a idéia de dizer a verdade. Ser sempre verdadeiro. Ser sempre sincero.
Mas o que acontece quando se é tão verdadeiro, sincero, assim?

“Puxa, como tu engordastes?” Sincerão, verdadeiro. Um baita dum grosso.
“Olha, tas com câncer, vais morrer, este troço vai dar uma dor insuportável e falta de ar. Ainda por cima a legislação não permite eutanásia.” Muito verdadeiro, muito sincero.
Saio com aquela gata maravilhosa, muito do desejada, na hora H eu reparo no cabelo dela e digo. “Olha, vou ser sincero contigo, não me leva a mal, mas este corte de cabelo teu te faz parecer uma perdiz.” Quem me conta o que vai acontecer a seguir?
Enfim, a meu ver o sincericídio existe.

domingo, 22 de novembro de 2009

O MINISTRO E O TERRORISTA

Estava pensando se deveria, ou não, escrever sobre este assunto, quando me veio a mente a história de um daqueles cardeais ingleses que perdeu a cabeça por descontentar o rei. Ele dizia (desculpem a má tradução) mais ou menos isto. “Sir podeis dispor dos meus cargos, dos meus bens, da minha vida, mas não posso vos dar a minha alma”. Não pretendo ser tão importante, ou tão trágico como ele. Mas resolvi escrever porque o assunto me incomoda.

Senhor Ministro
Escrevo este porque a estas alturas da vida me considero meio burrinho e ingênuo. Com isto não entendo a profundidade de gestos como o seu.
O senhor se opõe que ele pague por suas atitudes, dando asilo, ao terrorista italiano.
Este senhor, que ao seu ver merece perdão, tirou a vida de quatro pessoas.
Foi julgado e condenado na Itália por conta disto.
A Itália, que eu saiba, é um estado democrático e o poder judiciário é autônomo e, pelo que sei, corrija-me se estou errado, respeitável.
Portanto, a mensagem que me fica é a seguinte:
Um sujeito tem uma idéia política qualquer. Por conta dela se dá o direito de tentar impô-la; nem que seja matando outras pessoas. Num estado democrático e de direito.
Portanto, se uma besta qualquer, um monstro qualquer, um idiota qualquer, aqui no Brasil, que imagino seja um Estado de Direito e Democrático, resolver impor as suas idéias, promovendo atentados, matando pessoas, se evadindo para não ser julgado e condenado, merece um asilo político, do Uruguai, por exemplo, e, portanto, não pagar pelo que fez?
O senhor, como ministro do Estado do Brasil, acharia isto correto, adequado, justo?
Principalmente porque este débil mental invocaria a vossa postura no caso do italiano em sua defesa.
Por isto, senhor Ministro, gostaria de saber se o que é válido para o italiano seria válido para um brasileiro? Que poderia querer derrubar o governo Lula, ou impedir a sua candidatura aqui no Rio Grande do Sul, pelo terror.
Fico também pensando nos quatro mortos. Eles não vêem mais o sol, não vêem mais as pessoas que amaram um dia, hoje são uma massa informe a apodrecer. Chato para eles, não é senhor Ministro?
Carlos Eduardo Carrion, novembro 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

UMA QUESTÃO QUE ACHO IMPORTANTE RESPONDER


Dúvida: Prezado senhor, suas respostas muitas vezes são lamentáveis, totalmente vazias de significado e inadequadas. Lamentável ter respostas tão grosseiras publicadas nesse site. Acho que seria importante rever as orientações que são publicadas, pois parece que a intenção do site não é fazer gozação ou chacota dos relatos de vida que são expostos.
Enviado em 20/10/2009 às 15h16
por Clarice, - Florianópolis (SC)



Minha senhora Clarice de Florianópolis. Sua carta não me surpreende. Quem escreve sobre erotismo e sexualidade sabe disto. Sempre vão existir os que gostam do que se escreve e os que odeiam. C’est la vie!!! Em um mundo em que a subjetividade impera, os pontos de vista são os mais variados.
Uma imagem como a deste vaso pode ser interpretada das mais variadas maneiras. Uma brincadeira, uma brincadeira grosseira, uma obra de arte, um objeto que deveria ser jogado no lixo, um documento antropológico de uma cultura extinta, e por aí vamos.
O mesmo deve ocorrer com as minhas respostas. Suscitarão idéias e sensações diferentes em quem lê o “Dúvidas...”.
Teu próprio comentário será visto de maneiras bem distintas...
O único risco que se corre é quando se acha que a opinião da gente é a única “certa”, quando ela é “certa” apenas para nós mesmos e para alguns.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

COINCIDÊNCIAS ENTRE A ARTE E A VIDA

Pois tínhamos eu e a Débora ido a São Paulo atendendo ao convite de um amigo que queria que falasse sobre “O Sexo em Tempos de Descompromisso”.
Aproveitamos então para pôr em dia com a Agenda Cultural. E fomos a exposições, amostras, museus, e a uma peça de teatro, “RESTOS”, com o Antônio Fagundes. Um monólogo que um sujeito tem no velório da esposa.
Guardei uma frase. “Eu tinha de tirá-la do hospital e deixa-la morrer em casa. A morte é um acontecimento único, é justo que ela aconteça no local adequado”.
Passou-me batida uma outra frase, “que a notícia do câncer o tinha pegado totalmente despreparado, pois viviam um momento maravilhoso”.
Pois não é que, depois do teatro, fomos a um barzinho, beliscar alguma coisa e conversar um pouco. Falávamos de como estávamos vivendo um momento bom da vida. Que éramos felizes. Nesta hora o celular tocou.
Era a nossa síndica. Nos avisava que rompera um cano e o apartamento estava todo inundado. E, naquele momento, o clima idílico se desfaz.
Como são frágeis as coisas humanas.
Como diz a letra do Orfeu de Carnaval.
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve, mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar...
O grande consolo é que a gente capaz de recriá-la até o fim do nosso tempo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A ARTE E AS DITADURAS

Fui voando a São Paulo e tive de voltar mais depressa ainda. Mas deu tempo de, entre outras coisas, ver a exposição “VIRADA RUSSA”, no CENTRO CULTURAL DO BANCO DO BRASIL.
Mostra trabalhos de pintores, escultores, arquitetos, estilistas, russos que pregavam novas formas. Começam no fim do século XIX e vão até o início dos anos 30.
Aderiram em massa a revolução bolchevique, que os aceitou. Porém... E sempre têm os poréns para atrapalhar a vida. Veio o stalinismo e com ele as idéias de unicidade. O Realismo Socialista se impõe como única forma de arte aceitável. Estes artistas passam a ser hostilizados, marginalizados, alguns são proibidos de exercer a sua atividade artística, outros foram presos e acabaram mortos. Tanto que o ano de 1938 é pródigo em mortos. Eram os tempos do Terror Stalinista. Mas continuaram a morrer nos outros anos. Alguns aderiram à linha oficial, mas só conseguiram postergar o encontro com A Velha Senhora.
Já na Alemanha, o problema era o artista ser judeu, ou pertencente a qualquer outro grupo “inferior”; homossexuais, por exemplo. Também aqui se procurou uma “arte concreta”, mas se o cara fosse um abstracionista, ariano puro, a arte dele era tolerada, mas apenas isto. Tolerada. Se fez uma exposição “da arte degenerada”, que foi fechada em seguida, pois foi um sucesso total.
Hoje eu me pergunto? Porque os ditadores perseguiram estes artistas?
Entendo que perseguissem um “artista concreto”, pois ele manda uma mensagem facilmente inteligível contra o ditador, ou o regime. O Encouraçado Potenkin, ou o Triunfo da Vontade, deveriam ser proibidos em regimes ditatoriais a quem eles contrariavam. Mas, estas telas abstratas?
Por outro lado, toda e qualquer manifestação de racismo é um absurdo. Mas, mesmo que o admitamos, não aceitar aquela obra de arte me parece uma estupidez. Venha de onde vier. Motivada pelo que for.
Por isto é que não gosto de ditaduras, pela sua burrice. E aqueles que pensam em “ditaduras provisórias”, “como mal menor”, “como necessária”, naquele contexto e por aí afora, além de burros são ingênuos.